Vida Boêmia
De um grande amigo, daqueles que só se encontra onde e quando não procura, meu bom e velho Putil do Mato... Virgílio Gazire:
Vida Boêmia
Tenho por meu palácio as longas ruas,
Passeio a gosto e durmo sem temores...
Quando bebo, sou rei como um poeta,
E o vinho faz sonhar com os amores.
ÁLVARES DE AZEVEDO
Eu bebo todo o vinho que me é oferecido,
E me delicio com a visão de tantas belas,
Com o cigarro à mão recito alguma coisa,
E logo em minha casa se fecham as janelas...
Não nego que a carne muito me seduz,
Sou filho do amor, minha vida é o prazer:
E se à noite me morde a febre da luxúria
A musa de alva pele vem aqui se enrubescer...
Quando bebo, ergo o copo aos meus amigos,
Sei que é difícil levar existência tão sofrida:
Quase sem riquezas e de amores condenados;
Mas se os tenho não há como reclamar da vida!
Bem sei que me falta muito ainda a aprender,
Mas coisa ou outra o tempo me ensinou:
Não me abalo por nenhum perfume feminino
E nem pelas lágrimas de alguém que nunca amou!
Não costumo cultivar nenhum mau sentimento
Mas também não me permito ser alvo de injúria
Se alguém me fere, por mais forte e vil que seja
Há de conhecer no mesmo instante a minha fúria!
Se viva alma, que seja por descrença ou por vaidade
Quiser provar que minto nos versos que estou a dizer
Que venha tirar minha suposta fantasia de poeta,
E me verá a sorrir, molhar a pena e tornar a escrever...
Vida Boêmia
Tenho por meu palácio as longas ruas,
Passeio a gosto e durmo sem temores...
Quando bebo, sou rei como um poeta,
E o vinho faz sonhar com os amores.
ÁLVARES DE AZEVEDO
Eu bebo todo o vinho que me é oferecido,
E me delicio com a visão de tantas belas,
Com o cigarro à mão recito alguma coisa,
E logo em minha casa se fecham as janelas...
Não nego que a carne muito me seduz,
Sou filho do amor, minha vida é o prazer:
E se à noite me morde a febre da luxúria
A musa de alva pele vem aqui se enrubescer...
Quando bebo, ergo o copo aos meus amigos,
Sei que é difícil levar existência tão sofrida:
Quase sem riquezas e de amores condenados;
Mas se os tenho não há como reclamar da vida!
Bem sei que me falta muito ainda a aprender,
Mas coisa ou outra o tempo me ensinou:
Não me abalo por nenhum perfume feminino
E nem pelas lágrimas de alguém que nunca amou!
Não costumo cultivar nenhum mau sentimento
Mas também não me permito ser alvo de injúria
Se alguém me fere, por mais forte e vil que seja
Há de conhecer no mesmo instante a minha fúria!
Se viva alma, que seja por descrença ou por vaidade
Quiser provar que minto nos versos que estou a dizer
Que venha tirar minha suposta fantasia de poeta,
E me verá a sorrir, molhar a pena e tornar a escrever...
Marcadores: Virgílio Gazire
2 Comentários:
Valeu o espaço aew, Kaus!!!
Abração!
Virgílio Gazire
Nas minhas leituras poesias só entram nas músicas... sei que erro, mas não consigo evitar!
E nos líquidos o vinho, também, não faz parte...
Beijos
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